sábado, 22 de setembro de 2007

Sonho nº 4

Estou na sala de aula que fica dentro de um shopping - a turma está quase toda concentrada no meio da sala, eu estou na primeira fila -, o professor discursa sobre alguma teroria complexa da qual discordo.

O quadro está cheio de gráficos - verdes - que ele aponta e usa como provas.
Discutimos e eu destruo cada argumento dele com um novo, ao que ele se desespera e fica nervoso. Eu mantenho a calma e um certo sorriso de vitória. - A turma parece alheia ao debate -

Um ano após isso, por um colega de classe que parece ser um grande amigo e admirador meu, descubro que o professor morreu de um ataque enquanto lia um livro a fim de descomprovar meu argumento final.
Havia passado toda a vida desenvolvendo a sua teoria.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Sonho nº3

Estamos numa sala que me parece uma cabana. Eu e três irmãs que ficam paradas atrás de uma pequena mesa redonda - sem cadeiras -

Tento chamá-las para sair e insisto até que elas me dizem que não podem porque é feriado religioso.
Insisto mais vezes e a todas elas recusam.

Há também no recinto cada-vez-mais-parecido-com-uma-cabana - e só agora o notei apesar de saber que está lá desde o começo - um homem, muito grande que eu não vejo, mas sei que ele está.

Continuo a insistir com as três irmãs, mas elas afirmam que não podem, por culpa da tábua de madeira* - hexagonal, sem inscrições, feitas de vários tipos de madeiras com cores diferentes que dão um estranho contraste de tons - que está sobre a mesa que agora é retangular e grande como a que havia no quarto onde minha vó dava aulas.

Seguro o martelo que tinha em mãos desde sempre e o levanto para atingir a tábua e noto que agora realmente estamos numa cabana, mas as três irmãs sumiram.
Levanto o martelo para partir a tábua, mas sei que o homem tentará e conseguirá impedir-me


* algum símbolo para a religião delas, pelo que interpretei depois.

domingo, 16 de setembro de 2007

Sonho nº 2

Estou lavando meu rosto, e do espelho do banheiro de minha mãe vejo uma sala longa e branca.
Há um velho desconhecido com o rosto enrugado e grossas sobrancelhas, cabelos compridos e brancos.
Fico olhando o velho que também me olha.

Estou com uma certa dor de cabeça e parece ser por isso que lavo o rosto.
Viro-me para sair, mas de me virar o velho fala algo como:
- Você deve cuidar melhor de si.
Ao que eu respondo agitando minhas mãos para tirar a água.
- Em que isso me importa?

sábado, 15 de setembro de 2007

Sonho nº I

Os monges estão ajoelhados e chorando.
O hospital tem paredes sujas de um certo e esverdeado branco, meio que doente. A casa da cura está morrendo.

Ando pelos corredores lotados e sei para onde estou indo.

O corpo está deitado ao chão e é por ele que rezam os monges de cabelo raspado e roupas laranja.
É uma mulher e eu a conheço, vim por ela, e por ela estou parado em pé diante de centenas de monges que não sei de onde vieram, nem como cabem.

Três deles tem detalhes negros nas roupas e são os únicos que parecem ter direito a tocar o corpo, mas ainda assim não o fazem.

Ela está morta?
Está.
Todos estão morrendo, já contamos muitos.

Todo o hospital está tomado por corpos que choram e velam pelos seus.
Os monges velam por ela.
Eu a conheço.

De alguma forma a conheço, li tudo que ela escreveu e a adorei em um completo estranhamento.
Li tudo que ela disse, pensou e foi.
Agora sei que ela é escritora.

Um dos monges levanta e assina um papel.
Sento-me ao lado dela e penso que bom seria se estivesse viva.
Todo o corpo dela treme em espasmos, ela agarra meus ombros abre os olhos - que são azuis - e diz-me com milhares de palavras em uma única algo que só poderia traduzir por:
- A vida é um fim em si só.

Tremo, choro, grito.
Ela está morta.

Objetivo.

Fuinciona simplesmente como um diário de sonhos.
Tudo aqui escrito foi pré-maquinado pelo meu doentio sub-consciente e depois posto no papel pelo meu doentio consciente.

Aproveitem enquanto tenho paciencia para escrever aquilo que sonhar e compreendam um pouco mais da minha tão perturbada mente.

Stay Clean.

Tito de Andréa.
 
Agora você deve carregar esse peso